terça-feira, 19 de abril de 2011

Arapiraca é a 4ª cidade do país em número de acidentes com escorpiões

por Adalberto Custódio 18/04/2011
Foto: Adalberto Custódio



O número de arapiraquenses vítimas de picadas de escorpiões tem aumentado assustadoramente nos últimos anos. De acordo com um relatório fornecido pela Unidade de Emergência do Agreste, somente este ano 314 pacientes deram entrada naquela unidade hospitalar vítimas de picadas do aracnídeo.

O crescimento justifica uma pesquisa divulgada ano passado pelo Instituto Butantan de São Paulo, que coloca Arapiraca como a quarta cidade do país onde mais se registram acidentes de pessoas com escorpiões.

Segundo especialistas no assunto, a proliferação da espécie em Arapiraca não está ligada apenas a questões climáticas ou naturais, mas sim, a falta de conscientização por parte dos habitantes e a falta de fiscalização dos órgãos competentes com relação ao acúmulo indevido de metralhas e lixo pelos quatro cantos da cidade. A expansão imobiliária da cidade também contribui para a proliferação do escorpião.

Em Arapiraca, os bairros mais críticos, de acordo com informações do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), são: Primavera, Cacimbas, Manoel Teles e imediações do Lago da Perucaba. “Nesses locais, principalmente próximos a linha férrea, existe muito lixo acumulado e mato. Esse é o ambiente propício para a proliferação dos escorpiões”, frisou o diretor do CCZ, Almir Pedro da Silva.

No ano de 2005, a Unidade de Emergência do Agreste registrou 669 casos. Em 2010 esse número subiu para 1.022 casos, ou seja, um aumento superior a 50% em apenas cinco anos.

Segundo o biólogo José Cláudio Barbosa Nunes, um escorpião pode viver por até 9 meses sem se alimentar. O controle químico não é eficiente contra o escorpião, por isso a prevenção ainda é a melhor solução. “Se não ocorrer uma mudança de hábito em relação à limpeza, a tendência é aumentar o número de escorpiões, principalmente em lugares quentes, onde existem muitos insetos, que são a principal fonte de alimentação do escorpião”, afirmou o biólogo.

Para evitar acidentes com o escorpião, devem ser tomados alguns cuidados como: não acumular entulhos como tijolos, telhas e garrafas vazias no fundo do quintal, terrenos baldios ou áreas livres, usar botas e luvas para remover o entulho e o lixo, evitar plantas com muitas folhagens, eliminar insetos, principalmente baratas, o alimento preferido dos escorpiões.
É necessário ainda manter o lixo em sacos plásticos sempre dentro de latas fechadas, acabar com buracos e frestas em paredes, janelas, portas, pisos e muros, colocar sacos de areia na soleira das portas e telas nas janelas e ralos, inspecionar panos de chão antes de usá-los e deixá-los sempre pendurados, examinar roupas e calçados antes de vesti-los.

Os principais sintomas causados pela picada dos escorpiões são: dor e amortecimento leve no local da picada (leve), dor intensa, vômitos ocasionais, suor, agitação, taquicardia, hipertensão arterial (moderado) e nos casos mais graves causa vômitos intensos, pulso lento, falta de ar intensa e choque, podendo levar à morte.

O biólogo José Cláudio explica que em caso de acidente por escorpião, o local da picada deve ser lavado com água e sabão, em seguida deve ser procurada assistência médica, além disso, o animal deve ser capturado com segurança e levado para o Centro de Zoonoses, a fim de que seja feita a identificação da espécie.