domingo, 19 de junho de 2011

Vereador diz que Câmara de Arapiraca tem 50 funcionários fantasmas

por Com Minuto Arapiraca
"A câmara tem 50 funcionários que não sabem nem que essa casa existe". A forte afirmação partiu do vereador Tarciso Freire (PMDB) em entrevista exclusiva a reportagem do Minuto Arapiraca. O parlamentar falou sobre a audiência que teve com o promotor do Ministério Público, Saulo Ventura. O vereador explicou que esteve na sede do MP acompanhado do colega João dos Santos (PMDB) e que fez seu esclarecimento sobre o extrato bancário da Câmara Municipal, que para ele, conta com funcionários que não trabalham e recebem dinheiro. Uma comissão formada pelos vereadores Robério Ataíde, Adalberto Saturnino, Móises Machado e Graça Lisboa, além de Freire, voltará ao MP no dia 04 de julho com um parecer mostrando as pesquisas feitas nas contas da casa. "Tenho que fiscalizar. O que quero é a harmonia da casa. Passaremos o pente fino nessa caixa preta que existia. Tem que se trabalhar de forma transparente, correta, para que a mesa evite de pagar tanto servidor fantasma. Alguns trabalham e outros 50 não sabe nem onde essa casa existe. Acredito que a Mesa Diretora não vai mais fazer esses pagamentos", falou Tarciso Freire. Escândalo Um racha entre os vereadores do segundo maior município alagoano está escancarando um dos maiores escândalos já acontecido na Câmara Municipal de Arapiraca, acusações de improbidade, insanidade mental, roubo e até de divisão do dinheiro do duodécimo entre os vereadores. Tudo teve início no dia 16 de maio, quando, após oito horas dentro da agência da Caixa Econômica Federal, na Avenida Rio Branco, no Centro de Arapiraca, os vereadores Tarciso Freire e João dos Santos, ambos do PMDB, conseguiram o extrato da conta da Câmara Municipal de Arapiraca. Os dois acusam o presidente Adalberto Saturnino de improbidade administrativa. “Existem mais de 50 pessoas que recebem mesmo sem estar em Arapiraca. Estamos cobrando um direito que é nosso, como vereador e como cidadãos. O pedido de extrato de qualquer conta com o dinheiro público está escrito no artigo quinto da constituição”, explicou Tarciso Freire. Para completar a conturbada situação da Câmara que já teve vereadores trocando murros e até uma bomba estourando no banheiro o suplente e ex-vereador Sidney Geni, em entrevista à Rádio Novo Nordeste escancarou uma prática. “Na minha época, rachávamos o dinheiro” “Isso é um absurdo. Eles estão ali, rachando o dinheiro”, disse Geni. Perguntado se admitia que em sua época também acontecia o “racha”, o ex-vereador foi enfático: “Existia sim”. As declarações de Sidney Geni foram rebatidas por alguns parlamentares. O vereador João dos Santos disse que isso não existia: “Se aconteceu foi apenas com ele”. Outro parlamentar contou que o duodécimo da Câmara é dividido entre 70% da folha de pagamento e 30% da verba de custeio. Última sessão trouxe ainda mais polêmica A última sessão realizada na Câmara Municipal de Arapiraca, na última terça-feira, trouxe mais uma polêmica. Durante as falas no plenário, o vereador João dos Santos (PMDB) afirmou que projetos já foram aprovados sem nem mesmo os parlamentares terem conhecimento do que se tratava. O vereador citou como exemplo o projeto que beneficiava a Caixa Econômica Federal com mais um prédio, esse localizado no Bairro Santa Edwiges, onde inicialmente funcionaria o Mercado Público, ao lado do Centro Administrativo. De acordo com ele, o projeto não poderia ter sido barrado. "Já teve projetos que nem sabíamos para quem era. Barraram um projeto que era importante. Faltou comunicação para essa casa. Faltou presença dos interessados. Já recebemos muito projeto vindo de qualquer jeito. O que me disseram depois é que deveria ter sido aprovado", comentou João dos Santos. Sentindo que o discurso foi direcionado para oposição, o vereador Moisés Machado usou a tribuna para afirmar que o projeto não foi aprovado porque os vereadores de situação não se organizaram. "Dois vereadores conseguiram derrubar 11. Tudo que venha beneficiar será aprovado. A base governista não esteve presente e a oposição aprovou", disse. Machado reclamou das doações feitas pela Caixa Econômica Federal. "Queremos que a Caixa faça uma doação melhor do que uma escola em tempo integral. Porque não disponibilizar 50 motocicletas ou 10 carros para Policia Militar. Seria de grande utilidade.Uma agência da caixa ganha muito da gente", opinou